

A História Política do Brasil
“A História é vital para a formação da cidadania porque nos mostra que para compreender o que está acontecendo no presente é preciso entender quais foram os caminhos percorridos pela sociedade.” - Boris Fausto
Boris Fausto é um historiador e cientista político brasileiro. O seu livro História do Brasil, indicado para vestibulandos, é um dos mais profundos e atualizados sobre o tema, chegando até o governo atual de 2016 e projetando os dilemas para o futuro do país.
O vídeo acima é ricamente ilustrado e narrado de forma brilhante pelo historiador, que percorre todas as fases do Brasil, desde seu "Achamento" por Pero Vaz de Caminha no ano de 1.500.
A nova Terra não foi descoberta e sim achada, pois já tinha seus moradores, os índios. Apesar de nunca terem sido tratados como os verdadeiros donos do Brasil. Foram judiados, roubados e escravizados. Depois deles, foi a vez dos africanos, cuja escravidão durou uma eternidade!
Boris Fausto menciona as culturas de cana-de-açúcar, de café, a corrida ao ouro e "súbito"interesse dos portugueses pelo Brasil (antes do ouro não queriam saber daqui), fala sobre Tiradentes e as diversas configurações políticas desde a Monarquia.
O Brasil Colônia, de 1500 a 1530 foi de intensa exploração do território, chamado Terra de Santa Cruz! Foi uma fase de expedições para coleta e transporte de pau-brasil.
Vide: http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/
Também explorado por holandeses, ingleses e franceses. Apesar de não serem signatários do Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha que dividiu em 1494 as terras recém-descobertas), essas nações enviavam ao Brasil missões para extrair madeira.
Para manter o controle, em 1534, o rei de Portugal, D. João III, repartiu o Brasil em 15 lotes (capitanias hereditárias).
Eram áreas doadas em caráter vitalício e hereditário aos nobres portugueses, os donatários. Estes deviam governar, colonizar, resguardar e desenvolver a região com recursos próprios.
Esse sistema não prosperou por falta de experiência na administração dos territórios, dificuldades de comunicação e locomoção. Muitos decidiram abrir mão dos lotes e regressaram à terra natal.
Devido ao fracasso, a Coroa Portuguesa estabeleceu em 1549 no Brasil um Governo-Geral, para centralizar a administração e reforçar o controle da colônia, mas as capitanias hereditárias continuaram a existir como unidades administrativas.
Em 1759, foram extintas e deram lugar às capitanias gerais.
Surgiram as primeiras Câmaras Municipais, comandadas por ricos proprietários, que definiam os rumos políticos das vilas e cidades.
A capital do Brasil era Salvador (Nordeste era a região mais rica do país).
O engenho de açúcar era a grande fonte de renda da época (Bahia, Pernambuco, RJ e São Vicente). Utilizava a mão de obra africana escrava e exportava para o mercado europeu, além da produção de tabaco e algodão.
Mas o Pacto Colonial imposto por Portugal estabelecia o monopólio comercial: o Brasil vendia metais, produtos tropicais e subtropicais a preços baixos, estabelecidos pela metrópole, e comprava dela manufaturas e escravos por valores mais altos, garantindo assim o lucro de Portugal.
A sociedade colonial era composta por senhores de engenho, seguidos por uma classe média formada por funcionários públicos, feitores, militares, comerciantes e artesãos. Na base estavam os escravos, de origem africana.
No final do século XVII, as exportações de açúcar brasileiro começaram a declinar, por causa da produção nas ilhas da América Central.
Portugal passou então a buscar novas fontes de renda e teve início o ciclo do ouro no Brasil.
Expedições de bandeirantes, no final do século XVII, descobriram minas de ouro nas regiões onde hoje estão os Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Com a nova atividade, a capital da colônia foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro.
A fiscalização intensa da Coroa Portuguesa e as cobranças excessivas de imposto mobilizaram a população.
Liderada por Tiradentes, a Inconfidência Mineira virou símbolo da resistência da colônia contra a exploração da Metrópole. O monopólio comercial já não era aceito nem pela classe dominante colonial nem pelo capitalismo internacional em expansão.
As colônias inglesas da América do Norte fizeram sua independência e a idéia de emancipação política começou a influenciar a elite.
A transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808-1821), como consequência da invasão das tropas de Napoleão Bonaparte ao território português, marcou o início do processo que culminou com a proclamação da independência.
Com presença da família real portuguesa, o Brasil começou a deixar as funções de colônia para assumir as de metrópole. Diziam que a Colônia virou Metrópole e a Metrópole, Colônia!
No entanto, no Brasil, não havia uma aristocracia de sangue,pois os títulos eram barganhados para atender vaidades pessoais e serviam de instrumento político!
Em 9 de dezembro de 1821, chegaram ao Rio de Janeiro decretos que determinavam a abolição da Regência e o imediato retorno de D. Pedro de Alcântara a Portugal, a obediência das províncias a Lisboa (e não mais ao Rio de Janeiro) e a extinção dos tribunais no Rio de Janeiro.
Alarmada com a possibilidade da recolonização, a elite brasileira favorável à emancipação do país deu apoio ao Príncipe Regente para que permanecesse no Brasil.
Em 7 de Setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga, D. Pedro pronunciou a famosa frase "Independência ou Morte!", extinguindo os laços de união política com Portugal. Em 12 de outubro de 1822, o Príncipe se tornou Imperador e recebeu o título de D. Pedro I, sendo coroado em 1º de dezembro na capital.
Mas o Brasil teve que pagar uma indenização à Portugal, pois o país europeu perderia sua colônia. Não haviam recursos para atender a negociação, fizemos nossa primeira dívida à Inglaterra.
É como se o País tivesse mudado de dono!




























"Para recriarmos a História, precisamos conhecê-la. Para atingirmos a Paz, devemos merecê-la. A política da Paz é o único caminho para esse mundo novo se tornar real. " - Cris Gouvêa
